terça-feira, 31 de julho de 2012

Por Que se Pode Confiar na Bíblia




Algumas pessoas dizem que a Bíblia não é confiável, e os conceitos delas têm tido larga aceitação. Assim, muitos hoje rejeitam o que a Bíblia diz, considerando-a indigna de confiança.

Por outro lado, o que Jesus Cristo disse em oração a Deus promove confiança: “A tua palavra é a verdade.” E a própria Bíblia afirma ser inspirada por Deus. — João 17:17; 2 Timóteo 3:16.

O que pensa a respeito? Existem razões sólidas para se confiar na Bíblia? Ou será que existe realmente evidência de que a Bíblia não é confiável, que ela se contradiz e é incoerente?

Será Que a Bíblia se Contradiz?

Embora alguns afirmem que a Bíblia se contradiz, será que alguém já lhe mostrou um exemplo específico? Nós nunca vimos algum que pudesse resistir a um escrutínio. Talvez pareça haver discrepâncias em certos relatos bíblicos, é verdade. Mas, geralmente o problema é a falta de conhecimento sobre detalhes e circunstâncias da época.

Por exemplo, alguns apontam ao que consideram ser uma discrepância na Bíblia, perguntando: ‘Onde Caim arranjou a sua esposa?’ Mas, o pressuposto é que Caim e Abel eram os únicos filhos de Adão e Eva. No entanto, tal pressuposto se baseia num mal-entendido quanto ao que a Bíblia diz. A Bíblia diz que Adão “se tornou pai de filhos e de filhas”. (Gênesis 5:4) Assim, Caim casou-se com uma de suas irmãs, ou talvez com uma de suas sobrinhas.

Não raro os críticos simplesmente procuram contradições, e talvez digam: ‘O escritor bíblico Mateus diz que um oficial de exército veio pedir um favor a Jesus, ao passo que Lucas diz que para isso foram enviados representantes. Qual dos dois é correto?’ (Mateus 8:5, 6; Lucas 7:2, 3) Mas, é isto realmente uma contradição?

Quando a atividade ou o trabalho de certas pessoas é atribuído àquele que é responsável por isso, uma pessoa razoável não aponta nisso uma discrepância. Por exemplo, você considera errada uma informação que diga que o prefeito construiu uma estrada, embora a construção propriamente dita tenha sido feita pelos seus engenheiros e operários? Naturalmente que não! Similarmente, não é contraditório da parte de Mateus dizer que o oficial de exército fez um pedido a Jesus, ao passo que, como escreveu Lucas, tal pedido tenha sido feito através de certos representantes.

À medida que se conhecem mais pormenores, as aparentes discrepâncias na Bíblia desaparecem.

A História e a Ciência

A exatidão histórica da Bíblia foi outrora amplamente posta em dúvida. Os críticos, por exemplo, questionavam a existência de personagens bíblicos tais como o Rei Sargão, da Assíria, Belsazar, de Babilônia, e o governador romano Pôncio Pilatos. Mas, descobertas recentes têm confirmado um relato bíblico após outro. Assim, o historiador Moshe Pearlman escreveu: “Subitamente, os cépticos que duvidavam da autenticidade até mesmo das partes históricas do Velho Testamento, passaram a rever os seus conceitos.”


Sargão II (à direita) com um dignitário imperial 720 a 705 AC.

Se havemos de confiar na Bíblia, ela deve ser também exata quanto a assuntos científicos. Será que é? Não muito tempo atrás, os cientistas, em contradição com a Bíblia, afirmavam que o universo não teve princípio. Contudo, o astrônomo Robert Jastrow recentemente apontou para novas informações que refutam isso, explicando: “Agora vemos como a evidência astronômica leva a um conceito bíblico sobre a origem do mundo. Os pormenores diferem, mas os elementos essenciais no relato astronômico e nos relatos bíblicos de Gênesis, são os mesmos.” — Gênesis 1:1.

Os homens também mudaram os seus conceitos sobre o formato da terra. “[As] viagens de descobrimento”, explica The World Book Encyclopedia (Enciclopédia do Livro Mundial), “mostraram que o mundo era redondo, e não plano, como cria a maioria das pessoas”. Mas, a Bíblia sempre esteve correta! Mais de 2.000 anos antes dessas viagens, a Bíblia dizia, em Isaías 40:22: “Há Um que mora acima do círculo da terra”, ou, como dizem outras traduções, “o globo da terra” (Pontifício Inst. Bíblico) ou “a redondeza da terra” (Almeida, atualizada).

Muitos ainda criam que a terra estava suspensa sobre grandes elefantes que por sua vez estavam sobre grandes tartarugas que nadavam em um imenso mar, porém o livro de Jó, para muitos historiadores o primeiro a ser escrito, diz que Deus sustenta a terra sobre o nada Jó 26:7

Por conseguinte, quanto mais os homens aprendem, tanto maior é a evidência de que se pode confiar na Bíblia. Um ex-diretor do Museu Britânico, Sir Frederic Kenyon, escreveu: “Os resultados já conseguidos confirmam o que a fé sugeriria, isto é, que a Bíblia só tem a ganhar com o aumento de conhecimento.”

A Predição do Futuro

Mas, será que podemos mesmo confiar nas predições da Bíblia para o futuro, incluindo as suas promessas de ‘novos céus e uma nova terra justos’? (2 Pedro 3:13;  Apocalipse 21:3, 4) Pois bem, quais têm sido os antecedentes de confiabilidade da Bíblia? Vez após vez profecias dadas com até mesmo centenas de anos de antecedência se cumpriram nos mínimos detalhes!

Por exemplo, a Bíblia predisse a derrubada da poderosa Babilônia uns 200 anos antes de isto acontecer. De fato, os medos, que se aliaram aos persas, foram mencionados nominalmente como sendo os conquistadores. E, embora Ciro, o rei persa, ainda não tivesse nem nascido, a Bíblia predisse que ele seria uma figura destacada na conquista. Ela disse que as águas protetoras de Babilônia, o rio Eufrates, ‘teriam de secar-se’ e que ‘nem mesmo os portões [de Babilônia] se fechariam’. — Jeremias 50:38; Isaías 13:17-19; 44:2745:1.

Esses detalhes específicos se cumpriram, como relatou o historiador Heródoto. Além disso, a Bíblia predisse que Babilônia por fim se tornaria ruínas desabitadas. E foi exatamente isto o que aconteceu. Hoje, Babilônia é um desolado amontoado de escombros. (Isaías 13:20-22; Jeremias 51:37, 41-43) E a Bíblia está repleta de outras profecias que tiveram um cumprimento espetacular.

O que, então, prediz a Bíblia concernente ao atual sistema de coisas do mundo? Ela diz: “Lembre-se que nos últimos dias [ou: “na era final deste mundo”, A Nova Bíblia Inglesa] virão momentos difíceis. Os homens se tornarão egoístas, gananciosos, cheios de si, orgulhosos, injuriadores de Deus, desobedientes aos pais, ingratos e maus. Não terão mais afeição, nem espírito de união . . . mais amigos dos prazeres do que de Deus. Alguns conservarão a aparência de religião, mas não a viverão na prática.” — 2 Timóteo 3:1-5, Bíblia Fácil.

Certamente, estamos presenciando o cumprimento disso! Mas, a Bíblia também prediz o seguinte para a “era final deste mundo”: “Nação se levantará contra nação e reino contra reino, e haverá escassez de víveres.” Além disso, “haverá grandes terremotos, e, num lugar após outro, pestilências”. — Mateus 24:7; Lucas 21:11.

Certamente, as profecias bíblicas estão-se cumprindo! Então, o que dizer de promessas ainda a serem cumpridas, tais como: “Os próprios justos possuirão a terra e residirão sobre ela para todo o sempre,” ‘Isto é bom demais para ser verdade’, alguns talvez digam. Mas, realmente, não há motivo para duvidarmos de qualquer coisa que o nosso Criador promete. Pode-se confiar na Sua Palavra! (Tito 1:2) Por examinar adicionalmente as evidências, você ficará ainda mais convencido disso.



Leia a Bíblia e seja Feliz




segunda-feira, 30 de julho de 2012

A “Septuaginta”


Útil no passado
e no presente




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UM HOMEM influente da Etiópia regressava de Jerusalém para casa. Enquanto viajava no seu carro por uma estrada no deserto, ele lia em voz alta um rolo religioso. A explicação das palavras que lia teve um impacto tão grande nele, que sua vida mudou daquele momento em diante. (Atos 8:26-38) O homem havia lido Isaías 53:7, 8, na primeiríssima tradução da Bíblia — a Septuaginta grega. No decorrer dos séculos, essa obra desempenhou um papel tão importante na divulgação da Bíblia, que foi chamada de tradução da Bíblia que mudou o mundo.
Quando e sob que circunstâncias a Septuaginta foi preparada? Por que havia necessidade de tal tradução? Qual tem sido sua utilidade no decorrer dos séculos? O que a Septuaginta pode ensinar-nos hoje, se é que nos ensina alguma coisa?

O discípulo Filipe explicou uma passagem lida na Septuaginta
Foi feita para os judeus de língua grega
Em 332 AEC, quando Alexandre, o Grande, entrou no Egito, depois de destruir a cidade fenícia de Tiro, ele foi acolhido como libertador. Fundou ali a cidade de Alexandria, um centro de erudição do mundo antigo. Com o objetivo de divulgar a cultura grega nos países conquistados, Alexandre introduziu o grego comum (coiné) em todo o seu vasto domínio.
No terceiro século AEC, Alexandria passou a ter uma grande população de judeus. Muitos deles, que depois do exílio babilônico haviam morado em colônias espalhadas fora da Palestina, migraram para Alexandria. Até que ponto esses judeus conheciam a língua hebraica? A Cyclopedia de McClintock e Strong declara: “É bem conhecido que, depois de os judeus terem voltado do cativeiro em Babilônia, tendo perdido em grande parte a familiaridade com o hebraico antigo, explicava-se-lhes na língua caldéia a leitura dos livros de Moisés nas sinagogas da Palestina . . . Os judeus de Alexandria provavelmente conheciam menos ainda o hebraico; sua língua familiar era o grego alexandrino.” Pelo visto, o ambiente de Alexandria favorecia a tradução das Escrituras Hebraicas para o grego.
Aristóbulo, judeu do segundo século AEC, escreveu que uma versão da lei hebraica foi traduzida para o grego e completada durante o reinado de Ptomoleu Filadelfo (285-246 AEC). As opiniões variam quanto a que Aristóbulo queria dizer com “lei”. Alguns acham que ele se referia apenas ao Pentateuco, ao passo que outros dizem que se referia a todas as Escrituras Hebraicas.
De qualquer modo, segundo a tradição, cerca de 72 eruditos judeus estiveram envolvidos naquela primeira tradução escrita das Escrituras do hebraico para o grego. Mais tarde começou-se a usar o número redondo 70. Por isso, a versão foi chamada de Septuaginta, que significa “70”, e recebeu a designação LXX, que representa 70 em algarismos romanos. No fim do segundo século AEC, todos os livros das Escrituras Hebraicas podiam ser lidos em grego. De modo que o nome Septuaginta passou a referir-se às inteiras Escrituras Hebraicas traduzidas para o grego.
Útil no primeiro século
A Septuaginta foi usada extensamente pelos judeus de língua grega antes e durante o tempo de Jesus Cristo e seus apóstolos. Muitos dos judeus e dos prosélitos reunidos em Jerusalém no dia de Pentecostes de 33 EC eram do distrito da Ásia, do Egito, da Líbia, de Roma e de Creta — regiões em que se falava grego. Sem dúvida, eles costumavam ler a Septuaginta. (Atos 2:9-11) De modo que essa versão influiu na divulgação das boas novas no primeiro século.
Por exemplo, ao conversar com homens de Cirene, Alexandria, Cilícia e Ásia, o discípulo Estêvão disse: “José enviou e chamou a Jacó, seu pai, e todos os seus parentes daquele lugar [Canaã], no número de setenta e cinco almas.” (Atos 6:8-10; 7:12-14) O texto hebraico de Gênesis, capítulo 46, diz que o número dos parentes de José era setenta. Mas a Septuaginta usa o número setenta e cinco. Pelo visto, Estêvão citou a Septuaginta.Gênesis 46:20, 26, 27, nota, NM com Referências.
Ao viajar pela Ásia Menor e pela Grécia na segunda e na terceira viagem missionária, o apóstolo Paulo pregava a muitos gentios que temiam a Deus e a “gregos que adoravam a Deus”. (Atos 13:16, 26; 17:4) Essas pessoas haviam chegado a temer a Deus ou a adorá-lo por terem obtido conhecimento dele pela Septuaginta. Ao pregar a tais que falavam grego, Paulo muitas vezes citava ou parafraseava partes dessa tradução. — Gênesis 22:18, nota; Gálatas 3:8.
As Escrituras Gregas Cristãs contêm umas 320 citações diretas e o total conjunto de talvez 890 citações e referências das Escrituras Hebraicas. A maioria delas se baseia na Septuaginta. Em resultado disso, as citações tiradas desta tradução, e não dos manuscritos hebraicos, tornaram-se parte das inspiradas Escrituras Gregas Cristãs. Como isso é significativo! Jesus havia predito que as boas novas do Reino seriam pregadas em toda a terra habitada. (Mateus 24:14) Para realizar isso, Jeová permitiria que sua Palavra inspirada fosse traduzida para os diversos idiomas lidos por pessoas em todo o mundo.

O apóstolo Paulo fez muitas
citações da Septuaginta
É útil hoje
A Septuaginta continua valiosa hoje e é usada para ajudar a identificar erros de copistas que talvez tenham sido introduzidos em manuscritos hebraicos, copiados numa data posterior. Por exemplo, o relato de Gênesis 4:8 reza: “Depois, Caim disse a Abel, seu irmão: [‘Vamos ao campo.’] Sucedeu, pois, enquanto estavam no campo, que Caim passou a atacar Abel, seu irmão, e o matou.”
A frase entre colchetes “vamos ao campo” não se encontra nos manuscritos hebraicos datados de depois do décimo século EC. Mas está incluída em manuscritos mais antigos da Septuaginta e em algumas fontes primitivas. Consta no texto hebraico a expressão que costuma introduzir as palavras de alguém, mas não as palavras de Caim. O que teria acontecido? Gênesis 4:8 contém duas orações consecutivas que terminam com as expressões “ao campo” e “no campo”. A Cyclopedia de McClintock e Strong sugere: “É provável que o olho do copista tenha sido iludido pela [mesma] palavra . . . que conclui ambas as orações.” De modo que o copista pode ter despercebido a oração que termina com a expressão “ao campo”. É evidente que a Septuaginta, bem como outros manuscritos antigos, podem ser úteis para identificar erros em cópias posteriores do texto hebraico.
Por outro lado, as cópias da Septuaginta também estão sujeitas a erros, e às vezes consulta-se o texto hebraico para corrigir o grego. De modo que a comparação dos manuscritos hebraicos com as traduções em grego e em outras línguas resulta em se detectarem erros de tradução, bem como de copistas, e nos assegura uma versão exata da Palavra de Deus.
Existem hoje cópias completas da Septuaginta que datam do quarto século EC. Esses manuscritos e cópias posteriores não contêm o nome divino, Jeová, representado em hebraico pelo Tetragrama (YHWH). Essas cópias usaram em substituição as palavras gregas para “Deus” e “Senhor” sempre que no texto hebraico constasse o Tetragrama. No entanto, uma descoberta feita na Palestina há cerca de 50 anos lançou luz sobre esse assunto. Uma equipe que investigava cavernas perto do litoral ocidental do mar Morto descobriu fragmentos dum antigo rolo de couro dos 12 profetas (de Oséias até Malaquias) escrito em grego. Esses escritos datam de entre 50 AEC e 50 EC. Nesses antigos fragmentos, o Tetragrama não havia sido substituído pelas palavras gregas para “Deus” e “Senhor”. De modo que se confirmou o uso do nome divino na primitiva versão Septuaginta das Escrituras.
Em 1971 foram liberados para publicação fragmentos dum antigo rolo de papiro (Papiros Fouad 266). O que revelaram essas partes da Septuaginta, que datam do segundo ou do primeiro século AEC? O nome divino também foi preservado nelas. Esses antigos fragmentos da Septuaginta fornecem forte evidência de que Jesus e seus discípulos do primeiro século conheciam e usavam o nome de Deus.
Hoje em dia, a Bíblia é o livro mais amplamente traduzido na História. Mais de 90 por cento da família humana tem acesso à bíblia ou pelo menos parte dela na sua própria língua.  De fato, a Septuaginta continua a ser de interesse e de valor para os estudantes da Bíblia nos nossos dias.

 Leia a Bíblia e seja feliz.